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Citi rebaixa Banco do Brasil (BBAS3): lucro despenca 60%

Ilustração de Vini Ratone apontando para um pedaço de queijo com o logotipo do Banco do Brasil ao fundo e o título “Lucro despenca 60%”, representando o rebaixamento do BBAS3 pelo Citi.

O queijo das ações do Banco do Brasil (BBAS3) perdeu parte do sabor para os analistas do Citi.
Após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25), o banco norte-americano decidiu rebaixar a recomendação de “compra” para “neutra” e reduzir o preço-alvo de R$ 29 para R$ 23.
Segundo o relatório, a recuperação do Banco do Brasil deve demorar mais do que o esperado — o que deixou muitos ratos investidores em alerta.

📉 Um trimestre com gosto amargo

O balanço do Banco do Brasil mostrou que o queijo derreteu mais do que o previsto.
O lucro líquido ajustado caiu para R$ 3,785 bilhões, uma queda de 60,2% em relação ao mesmo período de 2024.
O Retorno sobre Patrimônio (ROE) ficou em 8,4%, repetindo o segundo trimestre, mas muito abaixo dos 21,1% registrados um ano antes — o nível mais baixo desde 2016.

 

Para o Citi, esses números indicam que o banco entrou numa fase de menor rentabilidade, e que o requeijão da recuperação vai precisar de mais tempo no fogo.

🧾 O que fez o queijo desandar

De acordo com o relatório do Citi, o Banco do Brasil enfrentou um cenário mais desafiador, com fatores que azedaram o resultado:

  • Aumento das provisões para risco de crédito, mostrando que o banco precisou reservar mais recursos para cobrir possíveis calotes.

  • Deterioração na qualidade dos ativos, com queda no índice de cobertura, ou seja, menor proteção contra inadimplência.

  • Piora na carteira de crédito para pessoas físicas, especialmente nas operações com cartão de crédito, que sofreram aumento na inadimplência.

 

Esses ingredientes deixaram o mercado menos confiante no curto prazo e fizeram o Citi adotar uma postura mais cautelosa.

🌾 Agronegócio ainda preocupa

 

Mesmo com a Medida Provisória que permite a renegociação de dívidas rurais, o agronegócio — um dos queijos mais importantes da prateleira do Banco do Brasil — segue enfrentando dificuldades.
Os pedidos de recuperação judicial continuam altos, e a inadimplência (NPL) segue elevada, o que pressiona os resultados do banco, já que o crédito agro representa parte relevante da carteira.

📊 Avaliação e projeções do Citi

Atualmente, o Banco do Brasil está sendo negociado a 0,7 vez o valor patrimonial (P/BV) — múltiplo considerado razoável, sem sinal de grande desconto.
O Citi projeta um ROE de 12,5% em 2026, indicando uma recuperação lenta, mas gradual.

 

A nova recomendação “neutra” reflete o entendimento de que o potencial de valorização está limitado, e que o banco ainda enfrenta desafios operacionais antes de voltar a um ritmo mais lucrativo.

🐭 O olhar do Clube dos Ratos

Para os ratos investidores do Clube dos Ratos, a lição é simples:
o queijo do Banco do Brasil continua nutritivo, mas o sabor ficou menos intenso.
A estratégia ideal neste momento é observar o mercado com calma, evitar mordidas apressadas e manter o foco em carteiras diversificadas.

O cenário ainda oferece bons pedaços de queijo — mas é preciso paciência para deixá-los maturar.


 

Fonte: InfoMoney – Citi rebaixa ações do BB para neutro após 3T; recuperação deve demorar mais

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